Tensões globais e fundamentos sustentam grãos em Chicago

O mercado internacional de grãos iniciou o pregão desta sexta-feira com movimentos positivos nas principais bolsas, refletindo fatores geopolíticos, fundamentos de oferta e demanda e ajustes técnicos dos investidores. Segundo informações da TF Agroeconômica, o trigo apresentou sustentação consistente nas cotações, enquanto soja e milho avançaram apoiados por compras técnicas e dados atualizados das safras na América do Sul e no hemisfério Norte.

No trigo, os contratos futuros negociados em Chicago registraram altas moderadas, influenciadas pela continuidade das hostilidades entre Rússia e Ucrânia, que seguem se sobrepondo aos discursos diplomáticos. O mercado também reagiu à expectativa de redução da área plantada de trigo na Rússia na próxima safra, inferior tanto ao ciclo anterior quanto ao registrado em 2023. Outro fator de suporte foi o desempenho das exportações da União Europeia, que ficaram 2% abaixo do volume do mesmo período do ano comercial passado, abrindo espaço para maior demanda pelo trigo dos Estados Unidos. No mercado físico brasileiro, não houve referência de preços devido ao fechamento das negociações nos dias 24 e 25.

A soja iniciou o dia com ganhos expressivos na Bolsa de Chicago, impulsionada principalmente por compras técnicas, apesar do baixo volume negociado. No Brasil, a colheita começou mais cedo do que o habitual, sem reflexos imediatos no mercado de exportação, enquanto o plantio atingiu 98% da área estimada, acima da média histórica. Os prêmios de exportação brasileiros recuaram, acompanhando a queda dos preços do farelo na América do Sul. Na Argentina, o ritmo de esmagamento segue elevado, e na China os números de processamento semanal e de estoques portuários indicam demanda consistente.

No milho, os contratos futuros também avançaram, sustentados pelos dados de plantio no Brasil e na Argentina. A área semeada nos dois países segue acima das médias históricas, com condições de umidade favoráveis nas lavouras argentinas. As bases de exportação se fortaleceram na Argentina, enquanto permaneceram estáveis no Brasil. Os mercados financeiros globais seguem fechados desde 23 de dezembro.